Artigo: A educação na pandemia

Maranhão

23.11.2020

O ano letivo de 2020 é atípico, para todos nós, sobretudo para a educação, cujas atividades presenciais permanecem suspensas em virtude da pandemia da COVID-19. Embora estejamos passando por um dos maiores desafios, que é manter o vínculo do estudante com a escola, o que temos visto, desde o mês de março, é uma comunidade escolar combativa, que acredita na educação, no projeto de transformação das pessoas com a Escola Digna.

Notadamente, em nove meses, a educação maranhense persevera no caminho do crescimento, graças ao empenho conjunto dos pais, professores, alunos e equipe Escola Digna, que apostam na educação e a quem rendo minha homenagem neste artigo. Professores de centenas de escolas, por exemplo, buscaram se reinventar, pensar projetos e alternativas para manter o aluno aprendendo, de forma que não abrisse mão de seus sonhos.

Nesse contexto, há muitas experiências nas diferentes regiões do Estado, como é o caso do Centro de Ensino Joviana Silva Farias, no município de Açailândia, escola referência do estado do Maranhão, que irá representar o Estado na etapa regional do Prêmio Gestão Escolar. Apesar das dificuldades impostas pela pandemia, a escola idealizou o projeto “Ninguém fica para trás”, com o ensino remoto e realização de atividades impressas para estudantes sem conectividade, além de contínua avaliação das ações, busca ativa de estudantes, alicerçadas na união da equipe escolar com os alunos e suas famílias para o enfrentamento aos desafios impostos pela pandemia.

Há algumas semanas, estive em Timon e conheci, de perto, o projeto de inteligência artificial inclusivo, desenvolvido por um grupo de estudantes do Centro Educa Mais Jacira de Oliveira e Silva, escola da Rede Pública Estadual. A “Sexta-feira”, como é denominado, é capaz de executar uma série de atividades, obedecendo a comandos de voz. Ressalte-se que esse projeto foi concebido no ano passado, mas foi neste ano que foi aperfeiçoado e conquistou o título de campeão da 17ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2020, competindo com instituições de ensino superior. Vejam, em um período adverso e pandêmico.

Apenas duas, entre as diversas iniciativas protagonizadas por nossos professores e estudantes, neste momento vivido pelas escolas estaduais maranhenses, fruto de uma nova cultura da nossa rede escolar, que está cada vez mais viva e forte para superar as barreiras que vão contra a educação pública libertadora e de qualidade, como bem reitera o gestor geral do Jacira, Gideão Santes Machado: “Essa gestão na educação está implantando uma outra cultura no estado […]. O que a gente pede é apenas que o governador Flávio Dino insista em investir na educação integral do Maranhão”.

É importante discernirmos os tempos e estações, com sobriedade e aproveitar as oportunidades que cada um nos gera. Há que se ter paciência, pois tudo isso irá passar, mas não podemos abrir mão de nossa missão, que é educar acreditando que existem saídas para todos os desafios que a vida nos impõe, e isso somente nós, seres humanos, dotados de inteligência e criatividade divina, podemos protagonizar.

Permaneçamos firmes e nunca percamos a esperança de que a educação muda as pessoas e promove, por consequência, dias melhores para todos.

“Porque há esperança para a árvore que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos.” Jó 14:7


Felipe Costa Camarão
Professor
Secretário de Estado da Educação e Reitor IEMA
Membro Titular do Fórum Nacional de Educação – FNE
Membro da Academia Ludovicense de Letras e Sócio do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão