Alunos da rede estadual começam a ser afetados pela estiagem no Amazonas

Amazonas

02.09.2024

A partir desta segunda-feira (02/09), a estiagem começou a impactar na ida de estudantes da rede estadual de ensino, às suas respectivas unidades escolares. No total, 292 alunos, que moram em comunidades rurais de três municípios do interior, tiveram as atividades suspensas por conta das dificuldades de acesso às escolas, com a seca dos rios no Estado. O Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar, atenderá estes discentes com o “Aula em Casa” e o “Merenda em Casa”.

Na estiagem histórica de 2023, foram mais de 7,3 mil alunos impactados, que receberam os kits do “Merenda em Casa” e os materiais do “Aula em Casa”, dos quais 6.828 eram de comunidades rurais do interior do Amazonas e 561 da zona rural de Manaus.

Dos primeiros 292 estudantes da rede estadual impactados pela estiagem deste ano, 61 são de Benjamin Constant (distante a 1.121 quilômetros de Manaus), 42 são de Manaquiri (distante a 60 quilômetros de Manaus) e 189 de Tefé (distante a 523 quilômetros de Manaus).

“A Secretaria vem, juntamente com o Governo do Amazonas, monitorando diariamente toda essa situação que está posta no nosso estado, mas queremos deixar os pais, a comunidade tranquilos no sentido do compromisso que temos em manter essas atividades de maneira remota, com a entrega de material impresso para que (os alunos) não percam os conteúdos, como também a entrega do kit do Merenda em Casa”, destacou a secretária de Estado de Educação e Desporto Escolar, Arlete Mendonça, ao enfatizar que o planejamento iniciou em abril deste ano.

Por meio do plano de ação para a estiagem de 2024, a Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar já iniciou a impressão de diversos materiais didáticos e pedagógicos destinados aos 3º e 4º bimestres, para os alunos da rede estadual. Assim como no último ano, o “Guia de Estudo” é o documento orientador do programa “Aula em Casa”, uma das principais iniciativas sendo aprimoradas para minimizar os impactos da seca no interior do Amazonas.

A diretora do Centro de Mídias de Educação do Amazonas (Cemeam), Sabrina Araújo, explicou que os materiais disponibilizados pelo “Aula em Casa” também podem ser acessados no site do próprio projeto, por meio do link http://aulaemcasa.am.gov.br/, e pela plataforma Saber Mais (https://www.sabermais.am.gov.br/). Segundo ela, os materiais contemplam um conjunto sínteses de conteúdos, de atividades, e um material apostilado que serve para apoiar os professores e os estudantes durante a suspensão das aulas presenciais.

“Está obedecendo o que está proposto no organizador curricular e os professores complementarão esse material do “Aula em Casa” com outras sugestões de atividade para os seus estudantes, dentro da realidade deles, para a continuidade dos estudos”, afirmou a diretora do Cemeam.

Legislação

A resolução N.º 121, aprovada em agosto de 2024, pelo Conselho Estadual de Educação do Amazonas (CEE-AM), foi o documento que autorizou a operacionalização do regime especial de aulas não presenciais a ser ofertado, em caráter excepcional, nas escolas da rede estadual de ensino durante a estiagem.

De acordo com o diretor do Departamento de Políticas Educacionais para a Diversidade (DPDI) e membro da Comissão Intersetorial de Crises Climáticas e Impactos Ambientais no Amazonas, Rafael Ferreira, o planejamento na Secretaria de Educação iniciou de forma adiantada, ainda em abril.  Ferreira contou como a resolução aprovada pelo CEE-AM permite a continuidade do calendário escolar.

“Uma vez que o acesso às escolas seja prejudicado, conseguimos fazer a oferta do ensino de forma não presencial, sem paralisar as nossas atividades letivas. Os alunos receberão os guias de estudos e todo o trabalho de orientação feito pelo professor”, destacou

Merenda em Casa

Além da reposição de aulas, a Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar disponibilizará, por meio do Programa de Apoio a Gestão Escolar (Pague), recursos aos Conselhos Escolares para aquisição dos alimentos do programa “Merenda em Casa”.

O “Merenda em Casa” é outra iniciativa do Governo do Amazonas para minimizar os impactos da seca e tem como objetivo entregar alimentos a estudantes da rede estadual em vulnerabilidade alimentar. Os kits, que serão entregues nas residências dos alunos, por meio das Coordenadorias Regionais de Educação (CREs), são compostos por 12 itens alimentares normalmente consumidos na escola.

Comunidades impactadas

Em Benjamin Constant, os estudantes impactados são das comunidades rurais São Miguel, Novo Paraíso, Bom Intento 3, Bom Sucesso, Bom Pastor, Prosperidade 2, Novo Oriente e São José.

Em Manaquiri, são das comunidades Bom Intento, Cabeceira do Jaraguá e Furo Bacabal. E os de Tefé, são das comunidades Missão, Bacuri, Marajó, Piraruaia, Santa Cruz do Tratará, Deus é Pai, São Raimundo do Moquental e Ponta da Sorva.

Fotos: Euzivaldo Queiroz e Eduardo Cavalcante/ Secretaria de Educação